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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Uso prolongado de lentes de contato causa danos à saúde dos olhos

Uso prolongado de lentes de contato causa danos à saúde dos olhos Ricardo Chaves/Agencia RBS
Foto: Ricardo Chaves / Agencia RBS
Mau uso ou falta de higiene apropriada das lentes de contato pode
 causar ceratite microbiana, uma infecção bacteriana
Durante as férias e feriados, aumentam os casos de infecções oculares relacionados as lentes
 
Depois das férias e feriados prolongados aumentam casos de infecções oculares provocados pelas lentes de contato. O alerta partiu do médico oftalmologista Parwez Hossain, do Hospital Geral de Southampton, no Reino Unido. Naquela região, onde há três milhões de usuários de lentes, surgem cerca de 1.200 novos casos de infecção ocular todos os anos após as férias. Mas a situação entre os brasileiros não é menos preocupante. Na opinião do oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, o principal problema relacionado ao mau uso ou à falta de higiene apropriada das lentes de contato é a ceratite microbiana.
 
— Trata-se de uma infecção grave, que pode ser evitada, mas que tem ocorrido com cada vez mais frequência. Casos severos podem levar, inclusive, à perda da visão — afirma.
 
Neves afirma que os problemas mais comuns — principalmente entre os jovens — é o uso muito prolongado das lentes de contato ou, ainda, descuidos com a limpeza desse material que permanece em contato direto com os olhos e acaba se tornando uma porta de entrada para as bactérias.
 
— Nos finais de semana prolongados, ou mesmo durante as férias, as pessoas costumam relaxar naturalmente com uma série de cuidados. Entre eles, as lentes de contato. Dormir frequentemente de lentes é um hábito nocivo que deve ser evitado. Outro descuido que não deveria acontecer é lavar as lentes com água corrente, tanto da torneira quanto do chuveiro. Isso acaba expondo as lentes a microrganismos que se desenvolvem em ambientes quentes e úmidos, provocando infecção na superfície dos olhos — diz.
 
De acordo com o especialista, outros descuidos perigosos incluem deixar a solução de limpeza, ou soro fisiológico, sob o sol, ou ainda demorar a trocar a solução que acomoda as lentes no estojo.
 
— É melhor não usar as lentes de contato durante as férias e feriados do que insistir no uso e acabar falhando em cuidados importantes — ressalta Neves.
 
O médico afirma que alguns pacientes desenvolvem úlceras ao permanecer com as lentes durante passeios na praia.
 
— É muito comum que grãos de areia se interponham entre a lente e a córnea, provocando ferimentos na superfície do olho. Também o banho de mar ou de piscina representam riscos para aqueles que se esquecem de tirar as lentes. Ou seja, se a pessoa sabe que vai reservar alguns dias para se divertir ou descansar, o melhor é dar um tempo no uso das lentes.
 
O oftalmologista Renato Neves aponta quatro dicas para serem seguidas à risca:
 
Não durma com lentes de contato
— Por mais cansado que o jovem esteja depois de uma festa, é preciso garantir um mínimo de asseio antes de ir para a cama. Como durante o sono o nível de lubrificação dos olhos diminui bastante, as lentes podem ressecar junto com o globo ocular e desencadear uma série de problemas — indica o especialista.
 
Retire as lentes antes de entrar na piscina ou ir à praia
— Excesso de cloro, sujeira e piscinas lotadas oferecem grande risco de contaminação. Da mesma forma, o ambiente de praia — com excesso de vento, maresia, oleosidade e suor — não oferece a mínima segurança para os olhos — afirma Neves.
 
Leia com atenção e siga sempre as instruções do fabricante
— Todo fabricante de lentes de contato recomenda os produtos mais indicados para assepsia e a frequência com que as lentes devem ser tratadas. Tente se adequar a essa rotina para garantir uma visão saudável — diz.
 
Preste atenção às condições das lentes
— Verifique sempre se não há resíduos sólidos ou sinais de irregularidades nas lentes. Mesmo sujeiras quase imperceptíveis podem resultar no desenvolvimento de fungos, levando à inutilização do produto e podendo desencadear infecções — finaliza o médico.
 
Zero Hora

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