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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Problemas de ereção podem ser sinal de doença cardíaca

A disfunção erétil e a doença arterial coronariana compartilham
de muitos fatores de risco comuns e estão intimamente relacionados
Disfunção erétil e doença arterial compartilham muitos fatores de risco comuns
 
Um estudo apresentado no Congresso Mundial de Cardiologia, em Beijing, na China, traz mais evidências de que a impotência sexual pode ser um sinal prévio de doença cardíaca. De acordo com os pesquisadores da Universidade Malaya, em Kuala Lumpur, sete entre dez homens internados por causa de um ataque cardíaco apresentavam disfunção erétil seis meses antes de irem para o hospital.

Envolvendo 111 homens sexualmente ativos, o estudo demonstrou que 75,7% tiveram problemas de ereção seis meses antes da hospitalização, e todos os pacientes com histórico de doença cardíaca isquêmica apresentavam disfunção erétil. Além disso, quase 25% dos 81 homens sexualmente inativos, que não foram recrutados pelo estudo, relataram disfunção erétil completa mais de seis meses antes da triagem.

Os especialistas explicam que a disfunção erétil e a doença arterial coronariana compartilham de muitos fatores de risco comuns e estão intimamente relacionados. A aterosclerose, por exemplo, pode ser a causa principal de ambas as condições, provocando inflamações generalizadas que podem progredir muito rapidamente pelo sistema circulatório. E os pesquisadores acreditam que a impotência precede a doença cardíaca porque as artérias do pênis são significativamente menores do que as coronarianas. 
 
"Este estudo demonstra que devemos considerar que pacientes com evidências de disfunção erétil são de muito alto risco para o desenvolvimento de futuras síndromes coronarianas agudas. Curiosamente, o estudo também descobriu que todos os pacientes com história pregressa de infarto e disfunção erétil apresentavam ataques cardíacos recorrentes. Portanto, devemos tratar esses pacientes de forma muito agressiva", destacou o pesquisador S. Ramesh. "Homens que não são sexualmente ativos também devem ser avaliados de perto, pois um quarto deles tem disfunção erétil completa, que exige tratamento, e isso pode ser um prenúncio de doença arterial coronariana", concluiu o especialista. 
 
A disfunção sexual é fator preocupante para a maioria dos homens. Uma pesquisa de 2008, realizada pelo Projeto de Sexualidade (ProSex), da USP, ouviu 10 mil homens em 19 cidades do estado de São Paulo e chegou a conclusão de que a disfunção erétil atinge, em algum nível, cerca de 50% da população masculina entre 40 e 70 anos. Isso significa que eles experimentam dificuldades para obter ou manter a ereção para uma atividade sexual satisfatória.

"A questão que já é delicada pode tornar-se ainda mais complexa, por que apenas 30% desses pacientes procuram ajuda médica. O preconceito é um erro grave, pois a doença, quando diagnosticada precocemente, é mais fácil de ser tratada", destaca o urologista Evandro Cunha, do Hospital Urológico de Brasília. "As causas são inúmeras e podem ser até mesmo de aspectos fisiológicos e psicossomáticos, como ansiedade e insegurança, mas existe um amplo leque de tratamentos e para a indicação correta é preciso analisar o fator que causa a problema. O suporte psicológico e o apoio da parceira pesam positivamente na etapa terapêutica", completa o especialista.
 
Fonte Minha Vida

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