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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Congresso na Europa discute uso da aspirina na prevenção do câncer

Debate visa saber se existe evidência suficiente para começar a usar o medicamento para reduzir o risco de câncer colorretal
 
Especialistas europeus reunidos no European Society for Medical Oncology 2012 Congress (ESMO 2012) estão discutindo o uso da aspirina na prevenção do câncer.
 
O medicamento, tomado todos os dias por inúmeras pessoas ao redor do mundo para tratar a dor e reduzir o risco de doenças cardíacas, pode também auxiliar na prevenção do câncer.
 
Um crescente corpo de evidências sugere que o medicamento pode reduzir as chances de um indivíduo desenvolver câncer colorretal e talvez outras doenças malignas, mas se essa evidência é forte o suficiente para compensar os riscos de prescrever o remédio a milhões de pessoas saudáveis é o tema do debate.
 
No ESMO 2012, que acontece em Viena, na Áustria, ambos os lados do debate estão sendo ouvidos.
Argumentando a favor da pergunta "É a aspirina eficaz para quimioprevenção do câncer colorretal?" está o pesquisador Robert Benamouzig do Hospital Avicenne, na França.
 
"A eficácia da aspirina na prevenção do câncer colorretal foi mostrada por mais de vinte anos de pesquisa. Em 2010, pesquisadores publicaram os 20 anos de seguimento de cinco conjuntos de ensaios aleatórios que avaliaram o efeito da aspirina sobre a incidência de câncer colorretal e mortalidade. Estudo de mais de 14 mil pacientes mostrou que o uso diário de aspirina em qualquer dose reduziu o risco de câncer colorretal em 24% e as mortes associadas em 35% após cerca de 8 a 10 anos", afirma Benamouzig.
 
Argumentando que a resposta para a pergunta deveria ser "Não" está o pesquisador Nadir Arber, do Tel Aviv Sourasky Medical Center, em Israel.
 
"A aspirina é muito promissora na prevenção secundária da neoplasia colorretal, no entanto o seu papel na prevenção primária ainda não está provado. Isso significa que a maioria da população não precisa e não vai se beneficiar do uso da aspirina. Dito isto, específicas populações de alto risco podem definitivamente se beneficiar da ingestão de aspirina, incluindo pessoas com câncer colorretal hereditário e outras doenças relacionadas. No futuro, com base no perfil genômico, poderíamos ser capazes de identificar pessoas que estão em alto risco de desenvolver câncer colorretal e que poderiam se beneficiar da terapia com aspirina", destaca Arber.
 
Durante a discussão, o professor Arber vai apresentar os dados preliminares que mostram como a eficácia e a toxicidade de aspirina na prevenção do câncer podem ser previstas com base em alguns polimorfismos de nucleotídeo único.
 
"Antes de a aspirina poder ser usada para prevenir o câncer, precisamos desenvolver meios de identificar as pessoas que vão se beneficiar da droga sem o desenvolvimento de efeitos colaterais", observa Arber.
 
Segundo Arber, é necessário um estudo que irá medir a morbidade e a mortalidade e não a eficácia e a toxicidade de um único órgão ou doença, como doenças cardiovasculares.
 
O debate sobre a aspirina é apenas uma das seis sessões populares que acontecem no ESMO 2012 entre 28 de setembro e 2 de outubro.
 
Fonte isaude.net

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