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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Saúde fica em segundo plano durante a adolescência, alerta especialista

Após o nascimento do bebê, os pais estão sempre com a luz amarela acesa quando o assunto é a saúde. Nos primeiros anos de vida, as consultas com o pediatra são frequentes, praticamente mensais. Com o passar do tempo, essa rotina começa a ter intervalos maiores. Quando finalmente os filhos deixam de ser crianças e passam à fase da adolescência, o hábito de vigilância à saúde desaparece e o médico, em geral, é procurado somente em casos de doenças agudas ou para acompanhar doenças crônicas diagnosticadas anteriormente.
 
“Alguns adolescentes que atendemos aqui já não iam ao médico há alguns anos, alerta Debora Gejer, hebiatra do Hospital Sírio Libanês em São Paulo. A hebiatria é justamente a especialidade que acompanha a saúde dos adolescentes.
 
Por conta desse intervalo, em que a saúde do adolescente e jovem adulto tem menos atenção, é essencial que os pais estejam atentos para a importância de uma rotina de acompanhamento médico e de exames que normalmente é associada à meia-idade: o check-up.
 
“Em média se ganha 50% do peso e 25% da altura de um adulto durante a fase da adolescência. São muitas as mudanças no corpo – estrutura óssea, desenvolvimento do tecido muscular e adiposo, crescimento de praticamente todos os órgãos, alterações hormonais, maturação sexual, entre outras – que ocorrem de uma vez. Um check-up nessa idade possibilita detecção e tratamento precoce de possíveis agravos à saúde, além de prevenir doenças que podem se desenvolver no futuro através de hábitos pouco saudáveis adquiridos nesta fase da vida”, explica Gejer.
 
Problemas como hipertensão, dislipidemias, desvios de coluna (escoliose) alterações de visão (miopia), distúrbios menstruais, corrimentos, anemia, avaliação do calendário de vacinas (pois a vacinação não acaba na infância) e a orientação, quando necessária, de métodos contraceptivos e formas de evitar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são alguns pontos abordados e monitorados em um programa de check-up na adolescência.
 
“Outras condições que são vistas como ‘coisa da adolescência’, como a acne, também são avaliadas. Esse tipo de problema, que para os adultos pode não parecer importante, porém, se não tratado, pode deixar cicatrizes – não só físicas como também psicológicas. Como na adolescência a autoimagem está sendo construída, uma aparência ruim pode influenciar uma baixa autoestima”, afirma a especialista.
 
Monitorar o crescimento também é outro fator importante para esse público. Muitas vezes o início da adolescência pode estar atrasado. Conforme a causa, necessita de diagnóstico e tratamento precoce. Mas, muitas vezes é só aguardar que logo a puberdade se iniciará. Porém, o adolescente, que demora um pouco mais que os outros para crescer, terá, por algum tempo, uma altura bem menor que seus amigos. Esta baixa estatura pode ser um fator de muita preocupação, não só para ele como também para seus pais. Saber que ele tem um bom potencial de crescimento e que provavelmente atingirá uma boa altura final, é importante para deixá-lo mais tranquilo.
 
E não é só a altura. No início da adolescência há muitas mudanças no corpo: aparecimento dos pelos, crescimento dos genitais, das mamas. Tudo isso gera certa insegurança, pois nem sempre os pais respondem as dúvidas relacionadas a estas mudanças.
 
Ganhando a confiança
Um dos diferenciais de se atender um adolescente é que, diferente das consultas no pediatra em idades menores, os atendimentos são confidenciais. “Os médicos fazem um acordo com o adolescente e seus pais a respeito do sigilo e privacidade das consultas o que encoraja o paciente a descrever seus problemas e aumenta a capacidade do profissional em realizar diagnósticos mais completos e condutas mais apropriadas”. afirma Gejer.
 
Esse público acaba procurando o serviço de check-up por meio dos pais – que vêm fazer os seus exames e recomendam aos filhos –, mas muitas vezes por conta da indicação dos próprios amigos.
 
Um público que adota hábitos saudáveis de forma rápida
Além da avaliação clínica completa feita através de uma história e exame físico detalhados, faz parte do Serviço de Acompanhamento da Saúde e Check-up do Adolescente do Hospital Sírio Libanês a solicitação de exames laboratoriais e de imagem.
 
Também é feita uma avaliação do comportamento e desenvolvimento psicológico, isto é, do relacionamento em casa, na escola, amizades, atividades de lazer, aspirações para o futuro, uso de álcool, cigarro e outras drogas, imagem corporal, distúrbios emocionais (como risco de suicídio, depressão, anorexia, bulimia e vigorexia) e sexualidade.
 
Uma avaliação nutricional, feita por uma nutricionista, também faz parte do rol de exames feitos durante o check-up na adolescência. “E o interessante nisso tudo é que nessa idade eles estão mais maleáveis a mudar os hábitos e passar a ter uma rotina mais saudável. Então, ao fazer uma proposta de alimentação adequada e prática de exercícios fiscos regulares para prevenir a obesidade ou o aumento do colesterol, com frequência eles aderem de forma efetiva ao novo hábito”, afirma a hebiatra.
 
“Atender esse público que está em crescimento, com o organismo e a mente em desenvolvimento, é um desafio, pois todas estas modificações pelas quais ele está passando faz com que ele se torne vulnerável a assumir situações de risco para a saúde. Identificar e interromper esse processo que pode ter reflexos no futuro é a grande missão do serviço de check-up”, finaliza Gejer.
 
Fonte O que eu tenho

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